Junto ao túmulo do grande sábio chinês
(Confúcio), onde antes quase não havia afluência, mas hoje comparecem milhares
de pessoas, não se pode deixar de lembrar: o que ocupa o centro de sua doutrina
não é a autoridade patriarcal, mas sim aquilo que é verdadeiramente humano.
Humanidade, ren,no sentido de
carinho, bondade, bem-querer: esse é o conceito ético que ocorre com maior
frequência nos Anacletos de Confúcio.
Também hoje a humanidade poderia perfeitamente constituir o fundamento para uma ética básica – não apenas na China, e sim na raça humana como um todo. Humanidade que, segundo Confúcio deve ser entendida como “reciprocidade” (shu), como atenção mútua, tal como é explicado na Regra Áurea: “O que não desejas para ti mesmo, não o faças também a outros”
Segundo a norma básica da verdadeira humanidade, pode-se estabelecer uma distinção entre o bem e o mal de uma maneira bem elementar e que tem validade para todos. De fato, para os chineses não existe nenhum “além do bem e do mal”. Só existem dois caminhos, teria dito Confúcio, humanidade e desumanidade.
Por isso, encontramos muita aceitação, sobretudo por parte dos chineses, quando formulamos, como critério básico de uma ética mundial, o conceito de que bom para o homem é basicamente aquilo que o ajuda a ser verdadeiramente homem. Quer dizer:
Ø o
homem, tanto indivíduo quanto a comunidade, não deve, como tantas vezes
acontece, comportar-se de maneira desumana, anti-humana, animalesca;
Ø mas
o homem, como indivíduo ou em comunidade, deve, pelo contrário, comportar-se de
forma verdadeiramente humana – para com o próximo, para com a sociedade e
também para com a natureza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário