segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ÉTICA NO CONFUCIONISMO

Junto ao túmulo do grande sábio chinês (Confúcio), onde antes quase não havia afluência, mas hoje comparecem milhares de pessoas, não se pode deixar de lembrar: o que ocupa o centro de sua doutrina não é a autoridade patriarcal, mas sim aquilo que é verdadeiramente humano. Humanidade, ren,no sentido de carinho, bondade, bem-querer: esse é o conceito ético que ocorre com maior frequência nos Anacletos de Confúcio.

Também hoje a humanidade poderia perfeitamente constituir o fundamento para uma ética básica – não apenas na China, e sim na raça humana como um todo. Humanidade que, segundo Confúcio deve ser entendida como “reciprocidade” (shu), como atenção mútua, tal como é explicado na Regra Áurea: “O que não desejas para ti mesmo, não o faças também a outros”

Segundo a norma básica da verdadeira humanidade, pode-se estabelecer uma distinção entre o bem e o mal de uma maneira bem elementar e que tem validade para todos. De fato, para os chineses não existe nenhum “além do bem e do mal”. Só existem dois caminhos, teria dito Confúcio, humanidade e desumanidade.

Por isso, encontramos muita aceitação, sobretudo por parte dos chineses, quando formulamos, como critério básico de uma ética mundial, o conceito de que bom para o homem é basicamente aquilo que o ajuda a ser verdadeiramente homem. Quer dizer:

Ø    o homem, tanto indivíduo quanto a comunidade, não deve, como tantas vezes acontece, comportar-se de maneira desumana, anti-humana, animalesca;

Ø    mas o homem, como indivíduo ou em comunidade, deve, pelo contrário, comportar-se de forma verdadeiramente humana – para com o próximo, para com a sociedade e também para com a natureza.

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