segunda-feira, 8 de agosto de 2016

BUDISMO


Buda de Kamakura (8/4/556- 476 a. C)- Japão (35 m).


NOME: Siddhartha Sakyamuni Gautama 

NASCIMENTO: 08/04/556 a. C. - Kapilavastu, hoje Rumindei, Nepal.

Popularmente dito e escrito simplesmente Buda, foi um príncipe da região nordeste da Ásia Meridional (Nepal) que se tornou professor espiritual e fundou o Budismo. Era filho do rei Sudhodama e da rainha Maya, foi o primeiro a aprender a arte de esquecer o próprio eu: viver com atenção, cujo símbolo é o tiro com arco e flecha.

De acordo com o budismo, durante a sua iluminação, acontecida em Bodhigaya – Índia, 120 km de Benares: Varanasi)), Sidarta compreendeu as causas do sofrimento e os caminhos necessários para eliminá-lo. Estas descobertas tornaram-se conhecidas como as Quatro Nobres Verdades, que são o coração dos ensinamentos budistas. Com a realização dessas verdades, um estado de suprema liberação, ou nirvana, é acreditado ser possível ao alcance de qualquer ser. 

O Buda descreve o nirvana como um estado perfeito de paz mental, livre de toda ignorância, inveja, orgulho, ódio e outros estados aflitivos. Nirvana é também conhecido como o fim do ciclo samsárico (samsara: transmigração da alma), em que nenhuma identidade pessoal ou limites da mente permanecem.

Para Buda, o reto esforço e a reta atenção (sati) constituem uma condição para a concentração meditativa (samadhi) que leva à perfeita iluminação (bodhi) que com Buda aconteceu em Bodhigaya (Índia), onde hoje há o templo Mahabodhi: o templo do grande despertar!

O budismo rejeita os fundamentos da antiga religião indiana, a autoridade dos Vedas e, com isso, a dominação dos brâmanes e os sacrifícios cruentos. Tudo isso passa a ser substituído pela espiritualização, pela interiorização, pelo aprofundamento.

Buda percorreu este caminho por si próprio, com suas próprias forças, atingindo o Nirvana antes de morrer, tornando-se assim o único arhat (santo) ainda em vida. Para Buda não existe nenhum Deus criador todo-poderoso!

Aos 80 anos de idade, Buda disse a seus seguidores que estava prestes a deixar para trás seu invólucro terreno. Em seguida aceitou uma refeição de carne de porco e cogumelos que lhe fora oferecida por um ferreiro.

Os devotos dizem que essa última refeição não teve relação alguma com sua morte, mas o fato é que cogumelos e carne de porco eram alimentos de alto risco na Antiguidade, devido à triquinose (parasitas) na carne e às toxinas presentes nos cogumelos. 

Um chá de cogumelos frequentemente eram ministrados às pessoas como veneno. Alguns dizem que se tratou de eutanásia. Seja como for, Buda morreu logo depois disso e seu corpo foi cremado.

Doutrina do Budismo (Hans Kung)

Muitas vezes, tem-se afirmado que o Budismo não seria, na verdade, uma religião, mas sim uma filosofia. Uma filosofia, no entanto, é o que o Budismo precisamente não é. O que ele pretende oferecer não é nenhuma explicação do mundo.

Ele é religião, é doutrina e caminho de salvação. E, com efeito, o Buda, de certa forma, se entendeu como algo que se assemelha a um médico, alguém que pretende ajudar o homem sofredor a encontrar libertação e redenção.

O Budismo é, pois,  como um remédio, que cada um tem de experimentar por si próprio. Nesse sentido, o Buda é algo assim como um psicoterapeuta de hoje, que ajuda a pessoa a superar as crises da vida, a dominar a dor, a lidar com suas limitações, com sua finitude e com sua condição mortal.

Mas é também mais do que um psicoterapeuta. Ele é mais radical. Mesmo na iluminação, experimentou que, quando a o homem alcança a visão de tudo, ele pode reconhecer que nada do que ele vê é estável, que nada no mundo é permanente, que tudo muda, ou mesmo que o seu próprio eu, a que tanto ele se apega, não possui no fundo nenhuma substância permanente, sendo também perecível.

O sofrimento, portanto, de que o homem precisa ser curado, é causado precisamente por esse apego ao seu próprio eu. Através da terapia do Buda, o homem precisa aprender a libertar-se do seu próprio eu. Precisa encontrar o caminho do meio (Madhyamaka) para a renúncia de si, que então o tornará livre para uma compaixão (patere cum: sofrer com) universal. Isso é algo que na verdade também não deveria ser estranho ao cristão.

Essa doutrina budista do “não eu”, portanto, não é nenhuma doutrina metafísica. Isso por princípio o Buda rejeita. O que ele deseja é ajudar para que se possa chegar à experiência pessoal de uma maneira inteiramente é tica e prática: da prisão do próprio eu na ganância, no ódio, na cegueira, deve o homem voltar-se para a renúncia de si mesmo, distanciando-se do egocentrismo do eu, que não tem substância.

E assim, entre os budistas, também se discute se o eu apenas não é nada sólido, imutável e substancial ou se na verdade ele nada possui de real. Pois, a autorrenúncia, no sentido ético, também não é estranha ao Cristianismo. Podemos let na Bíblia: “Aquele que procura preservar a sua vida há de perdê-la” (Lc 17,33).

Essa é uma tese fundamental para o diálogo entre budistas e cristãos!

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