Buda de Kamakura (8/4/556- 476 a. C)- Japão (35 m).
NOME: Siddhartha Sakyamuni
Gautama
NASCIMENTO: 08/04/556 a. C. -
Kapilavastu, hoje Rumindei, Nepal.
Popularmente dito e escrito
simplesmente Buda, foi um príncipe da região nordeste da Ásia Meridional
(Nepal) que se tornou professor espiritual e fundou o Budismo. Era filho do rei
Sudhodama e da rainha Maya, foi o primeiro a aprender a arte de esquecer o próprio
eu: viver com atenção, cujo símbolo é o tiro com arco e flecha.
De acordo com o budismo, durante a sua
iluminação, acontecida em Bodhigaya – Índia, 120 km de Benares: Varanasi)),
Sidarta compreendeu as causas do sofrimento e os caminhos necessários para
eliminá-lo. Estas descobertas tornaram-se conhecidas como as Quatro Nobres
Verdades, que são o coração dos ensinamentos budistas. Com a realização dessas
verdades, um estado de suprema liberação, ou nirvana, é acreditado ser possível
ao alcance de qualquer ser.
O Buda descreve o nirvana como um
estado perfeito de paz mental, livre de toda ignorância, inveja, orgulho, ódio
e outros estados aflitivos. Nirvana é também conhecido como o fim do ciclo
samsárico (samsara: transmigração da alma), em que nenhuma identidade pessoal
ou limites da mente permanecem.
Para Buda, o reto esforço e a reta
atenção (sati) constituem uma condição para a concentração meditativa (samadhi)
que leva à perfeita iluminação (bodhi) que com Buda aconteceu em Bodhigaya
(Índia), onde hoje há o templo Mahabodhi: o templo do grande despertar!
O budismo rejeita os fundamentos da
antiga religião indiana, a autoridade dos Vedas e, com isso, a dominação dos
brâmanes e os sacrifícios cruentos. Tudo isso passa a ser substituído pela
espiritualização, pela interiorização, pelo aprofundamento.
Buda percorreu este caminho por si
próprio, com suas próprias forças, atingindo o Nirvana antes de morrer,
tornando-se assim o único arhat (santo) ainda em vida. Para Buda não existe
nenhum Deus criador todo-poderoso!
Aos 80 anos de idade, Buda disse a seus
seguidores que estava prestes a deixar para trás seu invólucro terreno. Em
seguida aceitou uma refeição de carne de porco e cogumelos que lhe fora
oferecida por um ferreiro.
Os devotos dizem que essa última
refeição não teve relação alguma com sua morte, mas o fato é que cogumelos e
carne de porco eram alimentos de alto risco na Antiguidade, devido à triquinose
(parasitas) na carne e às toxinas presentes nos cogumelos.
Um chá de cogumelos frequentemente eram
ministrados às pessoas como veneno. Alguns dizem que se tratou de eutanásia.
Seja como for, Buda morreu logo depois disso e seu corpo foi cremado.
Doutrina do Budismo (Hans Kung)
Muitas vezes, tem-se afirmado que o
Budismo não seria, na verdade, uma religião, mas sim uma filosofia. Uma
filosofia, no entanto, é o que o Budismo precisamente não é. O que ele pretende
oferecer não é nenhuma explicação do mundo.
Ele é religião, é doutrina e caminho de salvação. E, com efeito, o Buda, de certa forma, se entendeu como algo que se assemelha a um médico, alguém que pretende ajudar o homem sofredor a encontrar libertação e redenção.
O Budismo é, pois, como um
remédio, que cada um tem de experimentar por si próprio. Nesse sentido, o Buda é
algo assim como um psicoterapeuta de hoje, que ajuda a pessoa a superar as
crises da vida, a dominar a dor, a lidar com suas limitações, com sua finitude
e com sua condição mortal.
Mas é também mais do que um
psicoterapeuta. Ele é mais radical. Mesmo na iluminação, experimentou que,
quando a o homem alcança a visão de tudo, ele pode reconhecer que nada do que
ele vê é estável, que nada no mundo é permanente, que tudo muda, ou mesmo que o
seu próprio eu, a que tanto ele se apega, não possui no fundo nenhuma
substância permanente, sendo também perecível.
O sofrimento, portanto, de que o homem
precisa ser curado, é causado precisamente por esse apego ao seu próprio eu.
Através da terapia do Buda, o homem precisa aprender a libertar-se do seu
próprio eu. Precisa encontrar o caminho do meio (Madhyamaka) para a
renúncia de si, que então o tornará livre para uma compaixão (patere
cum: sofrer com) universal. Isso é algo que na verdade também não deveria
ser estranho ao cristão.
Essa doutrina budista do “não eu”,
portanto, não é nenhuma doutrina metafísica. Isso por princípio o Buda rejeita.
O que ele deseja é ajudar para que se possa chegar à experiência pessoal de uma
maneira inteiramente é tica e prática: da prisão do próprio eu na ganância, no
ódio, na cegueira, deve o homem voltar-se para a renúncia de si mesmo,
distanciando-se do egocentrismo do eu, que não tem substância.
E assim, entre os budistas, também se
discute se o eu apenas não é nada sólido, imutável e substancial ou se na
verdade ele nada possui de real. Pois, a autorrenúncia, no sentido ético,
também não é estranha ao Cristianismo. Podemos let na Bíblia: “Aquele que
procura preservar a sua vida há de perdê-la” (Lc 17,33).
Essa é uma tese fundamental para o
diálogo entre budistas e cristãos!
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