No Taoísmo é exigida uma vida moral: não
enganar os outros, não iludir, praticar boas ações, fazer penitência pelos
próprios erros, buscar progredir na meditação e na vida diária, praticar a
mística e uma sã ética.
A harmonia do Yin e Yang. Cada um dos elementos traz em si o germe de seu contrário e no ponto mais elevado de sua formação, ele começa a transformar-se em seu correspondente polar. No símbolo da complementaridade de Yin e Yang Taoísmo e Confucionismo se completam e se apoiam:
Ø o
Taoísmo Yin e Yang pode ser cultivado sobretudo na vida privada, sendo em larga
escala determinante para a vida interior e espiritual do indivíduo e dos
diferentes grupos. Ele é mais a religião do povo, mas, em tempos de caos e de
divisão política, oferece também aos instruídos uma espécie de consolo
filosófico.
Ø mas
o Confucionismo Yin e Yang, que assume muita coisa da visão
taoísta da natureza, é pré oficial dominante na ideologia do estado, no
funcionalismo instruído, na moral oficial e na vida pública. Como religião em
primeiro lugar da alta camada intelectual, ele predomina nos períodos de law and order (lei e ordem).
Ø Em síntese,
o homem é confuciano no agir e taoísta no contemplar! Yin é comparado ao Céu e o Yang
é comparado à Terra. A unidade entre o Céu e a Terra é fundamental na ética
confucionista e taoísta!
A posição chinesa sobre o aborto
As religiões chinesas
(Confucionismo, Taoísmo e Zen-budismo) colocam pouco empecilho para as questões
da contracepção e aborto, deixando a decisão na mão das mulheres dos casais.
No entanto, na antiga China, o aborto era considerado antinatural e vergonhoso, porém não havia grande condenação religiosa e a atitude de pessoas era bem mais tolerante e compassiva, a menos que o aborto fosse realizado sem motivo justificável.
A Tábua dos Méritos e Erros da dinastia Yuan (1368 – 1279 a.C) ilustra a posição o aborto entre os delitos nefastos. O aborto vale 300 pontos de erros e a mesma penalidade por estimular uma pessoa ao jogo.
O assassinato, no entanto,era penalizado com 1.000 pontos. O infanticídio feminino entre as famílias pobres da China desde tempos imemoráveis levava a penalidade de 1.000 pontos.
Portanto, o feto não era considerado do mesmo valor que um ser humano já nascido. Lembremo-nos que na populosa China atual o controle da natalidade é obrigatório.
A contribuição da religião chinesa para uma ética mundial (KÜNG,
2004 p. 147-148).
Útil para uma ética mundial há de ser não Confucionismo convencional (ideológico): patriarcal e de dominação da mulher, mas o Confucionismo original, libertado do culto ao imperador e ao funcionalismo e que redescobre o valor do homem e fortalece a sua vontade de autoafirmação, seu sentido de realidade, suas qualidades morais e sua força de persistência:
Ø que
mantenha como valor central a verdadeira humanidade;
Ø mas
que de antemão considere o homem como parte de uma comunidade, e não como um
indivíduo isolado;
Ø e
que dessa maneira possa servir da base para as relações com os outros na
sociedade, para valores éticos de validade universal, independente de eventuais
interesses particulares.
No âmbito de uma nova ordem do mundo, deve ser levado em conta o que o Confucionismo nunca deixou de acentuar: a prioridade da ética sobre a economia e a política, e a prioridade da pessoa ética sobre toda e qualquer instituição. Mas também:
Ø uma
ordem econômica que, embora reconhecendo o interesse próprio, oriente o homem
para o dever moral e para a responsabilidade social;
Ø uma
ordem política que seja determinada não simplesmente pelo poder do mais forte,
mas, em última análise, pela Regra Áurea;
Ø uma
harmonia do homem com a natureza e com seus ciclos naturais, que uma economia e
ecologia;
Ø uma
interpretação da realidade que permaneça aberta para a amplitude do “céu”, para
a dimensão da transcendência.
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