quinta-feira, 18 de agosto de 2016

CRISTIANISMO (Parte 4 - Idade Média)

Início da Idade Média (V-VIII: Séc. 476-799)


Justiniano I, Mosaico na Basílica de São Vital, Ravena-Itália.

A transição do cristianismo para a Idade Média foi um processo gradual e localizado. As áreas rurais cresceram como centros de poder, enquanto as zonas urbanas diminuíram. Apesar de o Oriente conter o maior número de Cristãos (áreas gregas), aconteceram importantes desenvolvimentos no Ocidente (áreas Latinas).

Cada uma das duas áreas assumiram formas distintas. Os Bispos de Roma foram obrigados a adaptar-se a drástica alteração das circunstâncias: mantendo apenas uma fidelidade nominal ao imperador, eles eram obrigados a negociar com os governantes bárbaros das ex-províncias do Império Romano. No Oriente, a Igreja manteve a sua estrutura, seu caráter e sua lenta evolução.

Início do papado medieval 

Após a península Itálica ter sido alvo de guerras e tumultos devido as tribos bárbaras, o imperador Justiniano I tentou reafirmar o domínio imperial no leste da Itália contra a aristocracia gótica. As campanhas subsequentes foram mais ou menos bem sucedidas, e um exarcado foi criado para a Itália, mas a influência imperial era restrita.

Logo após, os lombardos invadiram a enfraquecida península, ocupando a cidade de Roma. Enquanto o lado Oriental do império fracassava em enviar ajuda, os papas passaram a alimentar a população, negociar tratados, pagar pela proteção aos senhores da guerra com os lombardos, além de contratarem soldados para defenderem a cidade.

Eventualmente, os papas procuravam outros apoios, especialmente dos francos. Nesse período, o papa Gregório I, eleito prefeito de Roma pelo imperador Justino I, foi responsável por aplicar várias reformas políticas que ocasionaram o prestígio do papado durante toda a Idade Média.

Expansão missionária ocidental 

A perda gradual dos domínios do Império Romano do Ocidente, substituído por federações e reinos germânicos, coincidiu com os primeiros esforços missionários em áreas não controladas pelo desmoronado império.

Já no século V, as atividades missionárias da Britânia em áreas celtas (atual Escócia, Irlanda e País de Gales), deram início as tradições do cristianismo céltico, que mais tarde foi reintegrado à Igreja de Roma.

Os missionários mais proeminentes foram São Patrício, São Columba e São Columbano. As tribos anglo-saxões que invadiram a Grã-Bretanha do sul logo após o abandono de Roma, foram inicialmente pagãs, mas se converteram ao cristianismo por Agostinho de Cantuária, através da missão do papa Gregório Magno. Logo que se tornou um centro missionário, cristãos como Wilfrid, Willibrord, Lullus e São Bonifácio começaram a converter seus parentes Saxões na Germânia.

A Gália (atual França) foi invadida pelos Francos no século V. Os nativos foram perseguidos até que o rei franco Clóvis I os converteu do paganismo para o catolicismo em 496. O rei insistiu que seus nobres colegas seguissem seu exemplo, reforçando o seu reino recém-criado, unindo assim a fé dos governantes com a dos governados. 

Após a ascensão do Reino Franco e a estabilização das condições políticas, a parte ocidental da Igreja aumentou a atividade missionária, apoiada pelo reino merovíngios, como forma de pacificar os povos vizinhos incômodos. 

Após a fundação de uma Igreja em Utrecht por Willibrord, houve um recuo na expansão do cristianismo após o rei pagão dos Frísios, Radbod, destruir muitos centros cristãos entre 716 e 719. Em 717, o missionário inglês São Bonifácio foi enviado para ajudar Willibrord, restabelecendo Igrejas e continuando as missões Frísias, na Alemanha.

Iconoclastia bizantina 
  

Trindade por Andrei Rublev, na Galeria Tretyakov.

Após uma série de reveses militares pesados contra os muçulmanos, a iconoclastia surgiu no início do século VIII. Em 720, o imperador bizantino Leão III, o Isáurio proibiu a representação pictórica de Cristo, santos e cenas bíblicas.

No Ocidente, o Papa Gregório III realizou dois sínodos em Roma e condenou as ações de Leão III. O Império Bizantino, convocou o concílio iconoclasta de Hieria, em 754, declarando que os retratos dos santos eram heréticos.

O movimento destruiu grande parte das representações artísticas cristãs da Igreja primitiva. O movimento iconoclasta foi definido como herético, em 787, no Segundo Concílio de Niceia, mas conseguiu um breve ressurgimento entre 815 e 842.

Alta Idade Média (Séc. IX- XIII: 800-1299) 

Renascença carolíngia 

A Renascença carolíngia foi um período de renascimento cultural e intelectual da literatura, das artes e dos estudos das escrituras durante o final do século VIII até o século IX, principalmente durante o reinado de Carlos Magno e Luís, o Piedoso, que eram governantes francos. 

Para resolver os problemas do analfabetismo do clero e dos escribas da corte, Carlos Magno fundou escolas e atraiu a maioria dos sábios de toda a Europa para a sua corte.

Reforma Monástica 


Vista da Abadia de Cluny.

Abadia de Cluny 

A partir do século VI, a maioria dos mosteiros no Ocidente eram da Ordem Beneditina. Devido à aplicação estrita das reformar das Regra de São Bento, a Abadia de Cluny se tornou uma líder reconhecida do monaquismo ocidental a partir do final do décimo século. 

Cluny criou uma grande ordem onde os administradores de casas subsidiárias serviam como deputados do abade de Cluny e respondiam a ele. O espírito de Cluny foi uma influência na revitalização da Igreja normanda, em seu auge a partir da segunda metade do século X até o início do século XII .

Abadia de Cister 
  

Bernardo de Claraval em um manuscrito medieval.

A segunda onda de reformas monásticas veio com o Movimento de Cister. Os primeiros cistercienses fundaram uma abadia em 1098, que ficou conhecida como Abadia de Cister. A tônica da vida cisterciense foi um retorno à observância literal das regras beneditinas, rejeitando a evolução dos beneditinos. 

A característica mais marcante da reforma foi o retorno ao trabalho manual, especialmente o trabalho de campo. Inspirados por Bernardo de Claraval, o principal construtor dos cistercienses, a ordem se tornou a principal força de difusão tecnológica da Europa medieval. 

Até o final do século XII, as casas cistercienses chegavam a 500. No seu auge, no fim do século XV, alegou-ser ter perto de 750 casas. A maioria delas foi construída em áreas de deserto, e desempenharam um papel importante em trazer tais peças isoladas da Europa para o cultivo econômico.

Ordens mendicantes 

Um terceiro nível da reforma monástica foi fornecida pelo estabelecimento das Ordens mendicantes. Vulgarmente conhecido como frades, mendigos vivem sob uma regra monástica tradicional com os votos de castidade, pobreza e obediência.

Entretanto, eles enfatizam a pregação, a atividade missionária e a educação em um monastério isolado. A partir do século XII, a ordem franciscana foi instituída pelos seguidores de São Francisco de Assis. Posteriormente, a ordem dos dominicanos foi iniciada por São Domingos de Gusmão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário