(Elaborado pelo Primeiro Mestre Sol Tumuchy: Mário Sassi, em 1979).
INTRODUÇÃO: HISTÓRICO E DOUTRINA
O movimento
doutrinário e religioso, conhecido como “Vale do Amanhecer”, tem dois aspectos
distintos, duas maneiras de ser visto: a primeira, é em sua origem remota, o
caminho percorrido pelos espíritos que o compõem; a das circunstâncias que
presidiram sua formação atual.
Em primeira
instância, trata-se de um grupo de espíritos veteranos deste planeta, todos com
19 ou mais encarnações, juramentados ao Cristo e que se especializaram no
trabalho de socorro, em períodos de confusão e insegurança.
Tais situações
surgem, sempre, no fim dos ciclos civilizatórios, quando a Humanidade passa de
uma fase planetária para a seguinte. Esses ciclos, embora variáveis em termos
de contagem do tempo, se apresentam à visão intelectual da História como tendo
mais ou menos 2.000 anos.
A cada dois milênios termina uma etapa e
começa outra. Porém, por alguns séculos, as duas fases coexistem. Podemos
tomar, como exemplo, o período que antecedeu o nascimento de Jesus e os três ou
quatro séculos que se seguiram.
Um exame acurado dos
acontecimentos históricos registrados explica essa mistura de duas etapas. O
mesmo está acontecendo em nossa época, desde o Século XVIII, em que o mundo
como que explodiu em fantásticas conquistas socioeconômicas, ao mesmo tempo em
que começou a declinar no que poderia se chamar de “humanismo”.
Esse fenômeno é
particularmente verificável nesta Segunda metade do Século XX, no qual as
conquistas científicas, por exemplo, coexistem com a desvalorização progressiva
do ser humano.
A característica de
nossa civilização atual é de descrença e desesperança nas instituições, nos
marcos civilizatórios que regem nossas atitudes. Num paradoxo aparente, essa
“morte civilizatória” produz na mente do Homem a ansiedade por bases mentais
mais firmes, mais calcadas na imortalidade da civilização.
A descrença nas
instituições regentes leva à busca de instituições mais biológicas, seguras,
mais transcendentais. Isso pode ser facilmente percebido pela procura atual de
soluções religiosas e de novas formas do encontro com o espírito.
Atender a essa necessidade é exatamente a
finalidade e a missão desse grupo de espíritos que aparecem sob a égide do
“Vale do Amanhecer”. Sua missão é oferecer ao Homem angustiado e inseguro uma
explicação de si mesmo e um roteiro para sua vida imediata.
Para que isso fosse
possível, e a missão cumprida com autenticidade, o trabalho não poderia ser
feito seguindo-se as velhas fórmulas de religiosidade, considerando-se “velhas
fórmulas” os documentos escritos, as revelações de iluminados, de profetas, das
tradições, das doutrinas secretas e da dogmática de modo geral, empregada na
base da fé e do medo.
O Homem só adquire
segurança quando o equacionamento de sua vida se apresenta verificável, para
ele individualmente, qualquer que seja sua posição socioeconômica.
Se num primeiro
momento as instituições lhe oferecem proteção e segurança, isso logo se desfaz
na vivência dentro das mesmas, quando seu próprio juízo entra em contradição
com elas.
Nesse ponto, ele poderá não se afastar, por
medo ou por falta de algo melhor, mas sempre, inevitavelmente, ele viverá em
angústia. Por esse motivo fundamental, o movimento “Vale do Amanhecer” foi calcado
na existência de um espírito clarividente, cujas afirmações e ensinamentos
pudessem ser testados e verificados, individualmente, pela experiência de cada
participante, sem jamais dar margens a dúvidas ou incertezas.
Essa é a origem atual do Vale do Amanhecer, ou
seja, a existência da Clarividência de Tia Neiva. Em 1959, ela era uma cidadã
comum, embora com traços de personalidade incomum. Viúva, com quatro filhos,
dedicou-se à estranha profissão, para uma mulher, de motorista, dirigindo seu
próprio caminhão e competindo com outros profissionais.
Sem nenhuma tendência
religiosa, nunca, até 1959, quando completou 33 anos de idade, revelou
propósitos de liderança de espécie alguma. A partir dessa data, começaram a
suceder, com ela, estranhos fenômenos na área do paranormal, da percepção
extrassensorial, para os quais nem a ciência nem a religião locais forneceram
explicação.
O único amparo
razoável foi encontrado na área do espiritismo, uma vez que as manifestações se
pareciam coma fenomenologia habitual dessa doutrina. Os problemas foram se
acentuando contra a sua vontade, e o acanhamento das concepções doutrinárias
que a cercavam a levaram a uma inevitável solidão.
Não havia realmente
quem a entendesse, e isso a obrigou à aceitação das manifestações de sua
clarividência. Incompreendida pelos Homens, ela teve que se voltar para o que
lhe diziam os espíritos. Só neles ela começou a encontrar a coerência
necessária para não perder o juízo e ter se tornado apenas mais uma doida a ser
internada.
A partir daí ela
deixou de obedecer aos “entendidos” e se tornou dócil às instruções dos seres,
invisíveis aos olhos comuns, mas para ela não só visíveis como também audíveis.
Desde então, ela teve que abandonar parcialmente sua vida profissional e se
dedicar à implantação do sistema que hoje se chama Vale do Amanhecer.
A primeira fase foi
de adaptação e aprendizado, embora, desde o começo, seu fenômeno obrigasse a
uma atitude prática de prestação de serviços. Isso garantiu, sempre, a
autenticidade da Doutrina do Amanhecer, desde seus primórdios. Tudo o que foi e
é recebido dos planos espirituais se traduz em aplicações imediatas e é testado
na prática.
Logo que Neiva
dominou a técnica do transporte consciente, isto é, a capacidade de sair do
corpo conscientemente, deixá-lo em estado de suspensão, semelhante ao sono
natural, e se deslocar em outros planos vibratórios, ela começou seu
aprendizado iniciático.
O transporte é um
fenômeno natural – todos os seres humanos o fazem quando dormem – mas o que há
de diferente na clarividência de Tia Neiva é o registro claro do que acontece,
durante o fenômeno, na sua consciência normal.
Todos nos
transportamos durante o sono, mas as coisas que vemos ou fazemos só irão se
traduzir na ação em nossas vidas inconscientemente, ou seja, nós não sabemos
que fazemos coisas em nossa vida com base nesse fenômeno.
Nesse período, que
durou de 1959 até 1964, ela se deslocava diariamente até o Tibete e lá recebia
as instruções iniciáticas de um mestre tibetano. Esse mestre, que ainda está
vivo, chama-se, traduzido em nossa linguagem, HUMAHÀ.
Dadas as condições
específicas que isso exigia de seu organismo físico, ela contraiu uma
deficiência respiratória que, em 1963, a levou quase em estado de coma para um
sanatório de tuberculosos, em Belo Horizonte. Três meses depois, ela teve alta
e deu prosseguimento à sua missão, embora portadora de menor área respiratória,
que limita sua vida física até hoje.
Esse, entretanto, é
apenas um aspecto das manifestações de sua clarividência. Ela se transporta
para vários planos, toma conhecimento do passado remoto dela e do grupo
espiritual a que pertence, recebe instruções de Seta Branca e de seus Ministros e as transmite praticamente para as
ações do grupo.
Pai Seta Branca é um dos nomes recebidos pelo luminoso espírito de Oxalá
A comunidade da Serra
do Ouro chamava-se “União Espiritualista Seta Branca” (UESB). Na UESB, no plano
físico, o que existia era, apenas, um grupo de médiuns atendendo a pessoas
doentes e angustiadas, tendo sempre à frente a figura de Tia Neiva. Havia um
templo iniciático e algumas construções rústicas, tudo feito em madeira e
palha.
Existia e existem, pois, dois aspectos
distintos, que é preciso compreender para explicar o atual fenômeno “Vale do
Amanhecer”: o humano, como grupamento de pessoas dedicadas à assistência
espiritual a outras pessoas, mediante as normas trazidas pela Clarividente
Neiva do plano espiritual; e essas mesmas normas, que foram constituindo a
Doutrina, ou seja, um conjunto doutrinário.
Na proporção em que o
conjunto humano cresce, ele aumenta seu poder de obtenção, controle e
manipulação de energias, ou seja, sua força cresce e amplia sua base
doutrinária. Por isso a Doutrina do Amanhecer apresenta um aspecto dinâmico, de
contínuo fazimento, que se adapta, a cada momento, às necessidades dos seres
humanos que são atendidos.
Todas as instruções
para as atitudes, construções, rituais e planos de trabalho continuam vindo por
intermédio de Tia Neiva. Com relação ao futuro, quando ela desencarnar, haverá,
naturalmente, algum outro processo de instruções. Isso, entretanto, está fora
de nossas cogitações, uma vez que não nos compete decidir.
O ciclo atual está
prestes a terminar, o mundo irá passar por grandes transformações, que já se
tornam evidentes ao senso comum e, naturalmente, os responsáveis pelo comando
da missão do Vale do Amanhecer – Pai Seta Branca e seus Ministros–, já terão
planos prontos para funcionar.
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