A ideia mais simples e mais de acordo
com a realidade que se pode ter do Vale do Amanhecer é a de que se trata de um
grupo humano, de pessoas comuns, as quais, mercê de suas dores e da busca de um
lenitivo para elas, decidiram trabalhar para si e para seu próximo, baseadas
nas exortações do Mestre Jesus, resumidas numa série de conceitos sob o título
de “Doutrina do Amanhecer”, que é também chamada de “O Evangelho do Vale do
Amanhecer”.
Para que não haja a mínima dúvida
quanto a essa Doutrina, os ensinamentos do Mestre são colocados de forma
acessível a qualquer mente, independente de cultura intelectual ou
escolaridade. A Doutrina do Amanhecer se resume em três propostas básicas de
Jesus, o triângulo: o amor, a tolerância e a humildade.
Com essas três posições, é possível a
qualquer ser humano reformular sua existência, adquirir visão mais ampla da
vida e equacionar seus problemas desta Terra. Alicerçada neste triângulo, a Escola do Caminho do Mestre
Jesus, permite compreender e analisar tudo que se passa em nosso mundo, e abrir
caminho para as soluções da vida.
A primeira, resultante dessa filosofia
básica, é que a verdade só é
percebida individualmente, por cada pessoa. Logo, o mundo não é como é, mas,
sim, como cada pessoa o vê. Essa posição é diametralmente oposta aos conceitos
vigentes nas bases da fase atual de nossa civilização, cuja posição é a de que
o mundo é como é e não como nós o vemos. Por essas duas maneiras de ver,
pode-se conceituar as coisas e as pessoas.
No primeiro
caso, o mundo e o universo estão de acordo com o dimensionamento da consciência do observador, e ele está
em paz com o quê o cerca.
No segundo
caso, o homem vive em angústia,
porque não tem certeza de nada que o cerca e vive em desacordo com a realidade,
porque supõe que o mundo é algo diferente daquilo que registra. Nessa posição,
o Homem é inteiramente dependente do que lhe é dito e ensinado. Logo, ele não
tem individualidade, sendo, apenas, uma parte do coletivo.
Na sua mente predomina a personalidade
padronizada. Para que essa posição crística possa ser entendida, sem restar
margem a dúvidas, o Vale ensina que o ser humano, o Homem, toma suas decisões
com base nos estímulos, que partem de três diferentes fontes, existentes em si
mesmo: a física, a psicológica e a espiritual.
Resumindo: o Homem é composto de corpo, alma e espírito, separando
objetivamente a ideia de alma (psique) da ideia de espírito. Tais conceitos
podem ser encontrados mais detalhadamente nos livros publicados sob a
responsabilidade da Ordem Espiritualista Cristã, entidade jurídica que rege o
Vale do Amanhecer, particularmente “No Limiar do Terceiro Milênio” e
“Instruções Práticas Para os Médiuns”, sendo este último publicado em
fascículos.
O Vale do Amanhecer tem um programa de
trabalho no qual podem ser distinguidos dois aspectos fundamentais: o
atendimento direto, físico, pessoal e, por outro lado, a influência indireta, à
distância.
No primeiro caso estão os Templos
físicos que, além do Vale do Amanhecer, já existem em Unaí, MG; Alvorada do
Norte, GO; Olinda, PE; Manaus, AM; Luziânia, GO; Anápolis, GO; e outros que
estão se formando em Abaeté, MG; Pirapora, MG; e em outros lugares. No segundo
caso, no que pode ser chamado de “atendimento indireto”, está o acervo de quase
dois decênios de contínuo atendimento, com milhares de pessoas que equilibraram
suas vidas nos Templos do Amanhecer, e de obras publicadas.
Essas pessoas e os livros vão levando
uma mensagem de esperança e ajudando na formação de ideias e perspectivas do
ser humano mais coerentes com a realidade, que explicam o Homem para si mesmo,
despertando-lhe o interesse pela Vida e não para a Morte.
A Doutrina do Amanhecer não trabalha
somente para ajudar a pessoa para o após morte; ela trabalha para ajudá-lo a
viver a vida. Com esse propósito, e com base no preceito de Jesus do não
julgamento (Mt 7,1-7), o Vale não preconiza forma alguma de comportamento, mas
aceita a pessoa como ela é, sem discriminação. Quanto pior for a situação do
paciente, tanto em relação a si mesmo como ao meio em que vive, maior é a sua
necessidade de ser recebido com amor e tolerância.
Só essa aceitação, sem julgamento, sem
críticas e sem recriminações, é que podem permitir o reequilíbrio do Homem. Só o amor pode despertar a capacidade de
amar e só a tolerância irrestrita
abre a oportunidade de um ser humano se encontrar. Para que o amor e a tolerância sejam possíveis concretamente, é necessário haver humildade, sem, naturalmente,
confundir-se humildade com humilhação.
Por isso, o Vale é simples nas suas
pretensões, sem querer reformar o mundo ou se achando o dono da verdade. Para
que essa posição possa ser autêntica, emprega-se uma forma hábil de trabalho:
ali só existem duas qualidades de gente – clientes ou médiuns. O Vale nada tem
a ver com as pessoas fora do recinto, sejam elas médiuns ou clientes. Porém,
uma vez adentradas, as pessoas são convidadas a tomar uma ou outra posição.
Se ela é médium da Corrente, fica
obrigada a seguir os rituais e a atender a quem quer que seja, nada podendo
aceitar em troca. Se ela é cliente, tem o direito de ser atendida e nada fica a
dever, nem sequer a obrigação de se tornar adepta da Doutrina. A única coisa
que é exigida dos médiuns é a abstenção do álcool, mesmo fora do recinto,
condição essa indispensável para ele praticar sua mediunidade no Vale do
Amanhecer.
Ritual
Pretos Velhos e Caboclos
Posições no vale do amanhecer: doutrinas
religiosas
Não é permitido, aos médiuns da
Corrente, fazer críticas ou censuras a quaisquer doutrinas ou religiões. Tanto
que, na livraria existente no Vale, são vendidos livros de quaisquer religiões
ou doutrinas, selecionados, apenas, pela seriedade com que abordam o problema.
O Vale do Amanhecer não é ligado a
qualquer organização doutrinária ou religiosa da Terra. Identifica-se com o
Espiritismo, pela crença básica na reencarnação. Na verdade, o
reencarnacionismo não é privativo do Espiritismo, mas pertence à mais remota
tradição iniciática.
Ritual
A prática doutrinária dos Templos do
Amanhecer é feita mediante rituais, com o uso da imagem, do som, da
movimentação, da cor, dos objetos e tudo o mais que tenha sentido ritualístico.
Algumas dessas práticas se parecem com
usos de outros grupos doutrinários, mas isso é apenas coincidência, sem
implicações filiativas. Na verdade, o ritual do Vale é muito original, e apenas
se assemelha, em algumas facetas, com rituais conhecidos. Na essência,
entretanto, tais rituais têm um sentido às vezes muito diferente.
Pretos Velhos e Caboclos
O Vale só trabalha e aceita auxílio de
espíritos que já atingiram o estágio da Luz, que já superaram a faixa cármica,
que estão acima do Bem e do Mal, conforme conceito da Terra. Tais espíritos, no
Vale chamados de Mentores, se
apresentam com as roupagens que proporcionam melhor resultado no seu trabalho
através dos médiuns.
Por isso, eles usam os “macacões” de
Pretos Velhos, ou os “penachos” dos Caboclos. Mesmo assim, esses espíritos
dispensam o “personalismo” habitual dessas figuras e jamais interferem no livre
arbítrio dos espíritos encarnados.
Também não fazem uso de objetos,
bebidas, charutos etc., pois seu trabalho é iniciático. A Doutrina do Amanhecer
não é Umbanda, Candomblé, Quimbanda, Kardecismo, Induísmo, Teosofia ou
Catolicismo. É, apenas, uma Doutrina com sentido universal, com base no Sistema
Crístico.
Assistência social
O Vale do Amanhecer não se propõe a
fazer serviço social ou de assistência aos pobres. Por isso, sua organização
formal é muito simples, não havendo convênios, ambulatórios, escolas e as
coisas habituais para esse tipo de trabalho. O Vale proporciona, apenas,
assistência espiritual, que dê às pessoas a oportunidade de se reequilibrar e
se adaptar ao meio.
Também, não tem serviço de internamento
de doentes, fazendo apenas exceção ao tratamento em pequena escala do
alcoolismo, mediante internamento por períodos curtos. Outra exceção é em
relação a menores abandonados, que são aceitos em pequeno número, dentro das
possibilidades de um orçamento limitado.
Na verdade, as crianças do Vale – ou
“os meus meninos e meninas”, como diz Tia Neiva – são os casos excepcionais,
que resultam de algumas consultas ou pedidos pessoais a ela. Ela os considera
como seus filhos e sua permanência não se compara aos sistemas de orfanatos
habituais.
Eles têm as mesmas regalias de
quaisquer outros menores, vivem sem regimes rígidos ou coerções de qualquer
espécie, e encontram, no Vale, um ambiente físico e social que lhes permite
reformular suas personalidades e corrigir seus traumas.
Seres e veículos extraterrestres
A Doutrina do Amanhecer considera o
relacionamento interplanetário, entre a Terra e os outros corpos celestes, como
coisa natural e própria da mecânica do universo. Através dos milhões de anos,
seres e coisas de todos os tipos, concebíveis e inconcebíveis, viajam, chegam
até a Terra e dela partem, no que poderia se chamar de “osmose cósmica”, na
qual não existe descontinuidade ou vazio.
No presente ciclo, com base na sensatez
do Sistema Crístico, traduzido na Escola do Caminho do Mestre Jesus, cujas
assertivas não fogem, necessariamente, ao senso comum e à verificação de nossa
consciência, o quadro se apresenta assim: existem comunicações entre os
espíritos encarnados na Terra (que, nesse caso, poderiam ser chamados
“terráqueos”) e espíritos “encarnados” num conjunto planetário, existente no
outro lado do Sol.
Por razões que ainda não foram
convenientemente explicadas, dá-se a esse conjunto o nome de Capela, que é a
maior estrela da constelação do Cocheiro, de nossas cartas celestes. Pela nossa
visão do problema, todos os espíritos encarnados na Terra vieram de Capela, e,
algum dia, retornarão para aquele mundo.
Os Capelinos são físicos, embora não se
possa afirmar que sejam da nossa natureza física. Sabemos, apenas, que sua
forma é semelhante à nossa, ou melhor, nós nos assemelhamos a eles. Entre
Capela e a Terra existem planos intermediários, que também poderiam ser
chamados de “lugares” ou “etapas”, da trajetória dos espíritos que vêm ou que
vão, nesse percurso entre dois pontos físicos.
Nesses pontos intermediários, os
espíritos se revestem de corpos adequados às leis que regem esses planos. Dada
à quase impossibilidade da descrição desses estados da matéria espiritual, nós
os descrevemos, generalizadamente, de “corpos etéricos” ou “estado etérico”.
Conclui-se, então, que os espíritos viajam, mas os seus corpos físicos não.
Para os espíritos se deslocarem, eles
deixam seus corpos físicos e se revestem de corpos etéricos. Assim, todos os
fenômenos de contatos extraterrestres seriam feitos “em etérico”, cuja
organização molecular não é perceptível aos sentidos normais, razão pela qual
eles são chamados de “extrasensoriais” ou “paranormais”.
O registro, no campo consciencional,
das atividades etéricas, é feito de maneira diferente das atividades
sensoriais; ele é feito e traduzido para a percepção e elaboração mental de
acordo com os dados pré-existentes no banco de memória cerebral. Por este fato
básico é que as coisas do Céu são concebidas de acordo com as coisas da Terra.
Portanto, não existe coisa mais
terráquea do que os discos voadores que, comprovadamente, são vistos. Com isso,
voltamos à proposição básica de que “o mundo não é como é e, sim, como nós o
vemos”... Nessa tentativa de explicar o que é normalmente inexplicável, deve
ser destacado um dado básico: existe um etérico terrestre, sujeito às leis do planeta,
dentro dos seus círculos gravitacionais, e o extraetérico, ou seja, as camadas
etéricas de Capela.
Aceitando-se o fato de ser Capela o
nosso “Céu”, ou destino final, seu etérico seria o mundo espiritual, enquanto o
etérico da Terra seria o mundo psicológico, ambos tendo, também, um mundo
físico. Por essa razão é que muitos fenômenos considerados extraterrestres
deveriam ser encarados, apenas, como extrafísicos.
Sabendo-se, como se sabe, das
propriedades extraordinárias do ectoplasma, e tendo-se em conta a tendência
natural para o antropomorfismo humano, será relativamente fácil de se presumir
a existência de fenômenos extrasensoriais que passam por extraterrestres.
Nesse sentido, aqui fica a última
posição do Vale do Amanhecer: Se os seres que se apresentam com suas naves
forem apenas espíritos da Terra, isto é, espíritos desencarnados que habitam o
etérico da Terra, eles são os construtores dessas naves e podem ser vistos e
palpados, uma vez que são materiais ou materializados; se, porém, forem seres
de Capela, eles serão vistos, apenas, pela visão etérica – também chamada de
mediúnica – uma vez que essa é a maneira natural de se relacionarem conosco,
maneira essa que não interfere com a Lei da Terra e respeita o livre arbítrio
do Homem.
A confusão entre os dois fenômenos
apenas existe porque o Homem conhece pouco de si mesmo e sua ciência ainda ser
limitada pelo conceito bipolarizado de positivo e negativo, e não sabendo que
esses dois polos se fundem num só, chamado espírito.
Eventualmente, e mediante a manipulação de energias mais sutis que o
ectoplasma, os Capelinos podem se manifestar fisicamente, como já o fizeram no
passado remoto.
Esse dispêndio energético, entretanto,
não é feito, pelo simples fato de que sua mensagem é transmitida pelo processo
mediúnico, como foi dito acima, o qual não dispensa a participação voluntária
do Homem, não interferindo, assim, no livre arbítrio. Pelo que nos diz Tia
Neiva de seus transportes, as naves de Capela, no Vale do Amanhecer chamadas chalanas ou estufas, são bem diferentes, na forma e na constituição, dos
chamados discos voadores.
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