terça-feira, 5 de julho de 2016

A FILOSOFIA E DOUTRINA DO VALE DO AMANHECER


A ideia mais simples e mais de acordo com a realidade que se pode ter do Vale do Amanhecer é a de que se trata de um grupo humano, de pessoas comuns, as quais, mercê de suas dores e da busca de um lenitivo para elas, decidiram trabalhar para si e para seu próximo, baseadas nas exortações do Mestre Jesus, resumidas numa série de conceitos sob o título de “Doutrina do Amanhecer”, que é também chamada de “O Evangelho do Vale do Amanhecer”.

Para que não haja a mínima dúvida quanto a essa Doutrina, os ensinamentos do Mestre são colocados de forma acessível a qualquer mente, independente de cultura intelectual ou escolaridade. A Doutrina do Amanhecer se resume em três propostas básicas de Jesus, o triângulo: o amor, a tolerância e a humildade.

Com essas três posições, é possível a qualquer ser humano reformular sua existência, adquirir visão mais ampla da vida e equacionar seus problemas desta Terra. Alicerçada neste triângulo, a Escola do Caminho do Mestre Jesus, permite compreender e analisar tudo que se passa em nosso mundo, e abrir caminho para as soluções da vida.

A primeira, resultante dessa filosofia básica, é que a verdade só é percebida individualmente, por cada pessoa. Logo, o mundo não é como é, mas, sim, como cada pessoa o vê. Essa posição é diametralmente oposta aos conceitos vigentes nas bases da fase atual de nossa civilização, cuja posição é a de que o mundo é como é e não como nós o vemos. Por essas duas maneiras de ver, pode-se conceituar as coisas e as pessoas.

No primeiro caso, o mundo e o universo estão de acordo com o dimensionamento da consciência do observador, e ele está em paz com o quê o cerca.

No segundo caso, o homem vive em angústia, porque não tem certeza de nada que o cerca e vive em desacordo com a realidade, porque supõe que o mundo é algo diferente daquilo que registra. Nessa posição, o Homem é inteiramente dependente do que lhe é dito e ensinado. Logo, ele não tem individualidade, sendo, apenas, uma parte do coletivo.

Na sua mente predomina a personalidade padronizada. Para que essa posição crística possa ser entendida, sem restar margem a dúvidas, o Vale ensina que o ser humano, o Homem, toma suas decisões com base nos estímulos, que partem de três diferentes fontes, existentes em si mesmo: a física, a psicológica e a espiritual.

Resumindo: o Homem é composto de corpo, alma e espírito, separando objetivamente a ideia de alma (psique) da ideia de espírito. Tais conceitos podem ser encontrados mais detalhadamente nos livros publicados sob a responsabilidade da Ordem Espiritualista Cristã, entidade jurídica que rege o Vale do Amanhecer, particularmente “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Instruções Práticas Para os Médiuns”, sendo este último publicado em fascículos. 

O Vale do Amanhecer tem um programa de trabalho no qual podem ser distinguidos dois aspectos fundamentais: o atendimento direto, físico, pessoal e, por outro lado, a influência indireta, à distância.

No primeiro caso estão os Templos físicos que, além do Vale do Amanhecer, já existem em Unaí, MG; Alvorada do Norte, GO; Olinda, PE; Manaus, AM; Luziânia, GO; Anápolis, GO; e outros que estão se formando em Abaeté, MG; Pirapora, MG; e em outros lugares. No segundo caso, no que pode ser chamado de “atendimento indireto”, está o acervo de quase dois decênios de contínuo atendimento, com milhares de pessoas que equilibraram suas vidas nos Templos do Amanhecer, e de obras publicadas.

Essas pessoas e os livros vão levando uma mensagem de esperança e ajudando na formação de ideias e perspectivas do ser humano mais coerentes com a realidade, que explicam o Homem para si mesmo, despertando-lhe o interesse pela Vida e não para a Morte.

A Doutrina do Amanhecer não trabalha somente para ajudar a pessoa para o após morte; ela trabalha para ajudá-lo a viver a vida. Com esse propósito, e com base no preceito de Jesus do não julgamento (Mt 7,1-7), o Vale não preconiza forma alguma de comportamento, mas aceita a pessoa como ela é, sem discriminação. Quanto pior for a situação do paciente, tanto em relação a si mesmo como ao meio em que vive, maior é a sua necessidade de ser recebido com amor e tolerância.

Só essa aceitação, sem julgamento, sem críticas e sem recriminações, é que podem permitir o reequilíbrio do Homem. Só o amor pode despertar a capacidade de amar e só a tolerância irrestrita abre a oportunidade de um ser humano se encontrar. Para que o amor e a tolerância sejam possíveis concretamente, é necessário haver humildade, sem, naturalmente, confundir-se humildade com humilhação.

Por isso, o Vale é simples nas suas pretensões, sem querer reformar o mundo ou se achando o dono da verdade. Para que essa posição possa ser autêntica, emprega-se uma forma hábil de trabalho: ali só existem duas qualidades de gente – clientes ou médiuns. O Vale nada tem a ver com as pessoas fora do recinto, sejam elas médiuns ou clientes. Porém, uma vez adentradas, as pessoas são convidadas a tomar uma ou outra posição.

Se ela é médium da Corrente, fica obrigada a seguir os rituais e a atender a quem quer que seja, nada podendo aceitar em troca. Se ela é cliente, tem o direito de ser atendida e nada fica a dever, nem sequer a obrigação de se tornar adepta da Doutrina. A única coisa que é exigida dos médiuns é a abstenção do álcool, mesmo fora do recinto, condição essa indispensável para ele praticar sua mediunidade no Vale do Amanhecer.

Posições no vale do amanhecer: doutrinas religiosas

Não é permitido, aos médiuns da Corrente, fazer críticas ou censuras a quaisquer doutrinas ou religiões. Tanto que, na livraria existente no Vale, são vendidos livros de quaisquer religiões ou doutrinas, selecionados, apenas, pela seriedade com que abordam o problema.

O Vale do Amanhecer não é ligado a qualquer organização doutrinária ou religiosa da Terra. Identifica-se com o Espiritismo, pela crença básica na reencarnação. Na verdade, o reencarnacionismo não é privativo do Espiritismo, mas pertence à mais remota tradição iniciática.

Ritual

A prática doutrinária dos Templos do Amanhecer é feita mediante rituais, com o uso da imagem, do som, da movimentação, da cor, dos objetos e tudo o mais que tenha sentido ritualístico.

Algumas dessas práticas se parecem com usos de outros grupos doutrinários, mas isso é apenas coincidência, sem implicações filiativas. Na verdade, o ritual do Vale é muito original, e apenas se assemelha, em algumas facetas, com rituais conhecidos. Na essência, entretanto, tais rituais têm um sentido às vezes muito diferente.

Pretos Velhos e Caboclos 

O Vale só trabalha e aceita auxílio de espíritos que já atingiram o estágio da Luz, que já superaram a faixa cármica, que estão acima do Bem e do Mal, conforme conceito da Terra. Tais espíritos, no Vale chamados de Mentores, se apresentam com as roupagens que proporcionam melhor resultado no seu trabalho através dos médiuns.

Por isso, eles usam os “macacões” de Pretos Velhos, ou os “penachos” dos Caboclos. Mesmo assim, esses espíritos dispensam o “personalismo” habitual dessas figuras e jamais interferem no livre arbítrio dos espíritos encarnados.

Também não fazem uso de objetos, bebidas, charutos etc., pois seu trabalho é iniciático. A Doutrina do Amanhecer não é Umbanda, Candomblé, Quimbanda, Kardecismo, Induísmo, Teosofia ou Catolicismo. É, apenas, uma Doutrina com sentido universal, com base no Sistema Crístico.

Assistência social

O Vale do Amanhecer não se propõe a fazer serviço social ou de assistência aos pobres. Por isso, sua organização formal é muito simples, não havendo convênios, ambulatórios, escolas e as coisas habituais para esse tipo de trabalho. O Vale proporciona, apenas, assistência espiritual, que dê às pessoas a oportunidade de se reequilibrar e se adaptar ao meio.

Também, não tem serviço de internamento de doentes, fazendo apenas exceção ao tratamento em pequena escala do alcoolismo, mediante internamento por períodos curtos. Outra exceção é em relação a menores abandonados, que são aceitos em pequeno número, dentro das possibilidades de um orçamento limitado.

Na verdade, as crianças do Vale – ou “os meus meninos e meninas”, como diz Tia Neiva – são os casos excepcionais, que resultam de algumas consultas ou pedidos pessoais a ela. Ela os considera como seus filhos e sua permanência não se compara aos sistemas de orfanatos habituais.

Eles têm as mesmas regalias de quaisquer outros menores, vivem sem regimes rígidos ou coerções de qualquer espécie, e encontram, no Vale, um ambiente físico e social que lhes permite reformular suas personalidades e corrigir seus traumas.

Seres e veículos extraterrestres

A Doutrina do Amanhecer considera o relacionamento interplanetário, entre a Terra e os outros corpos celestes, como coisa natural e própria da mecânica do universo. Através dos milhões de anos, seres e coisas de todos os tipos, concebíveis e inconcebíveis, viajam, chegam até a Terra e dela partem, no que poderia se chamar de “osmose cósmica”, na qual não existe descontinuidade ou vazio.

No presente ciclo, com base na sensatez do Sistema Crístico, traduzido na Escola do Caminho do Mestre Jesus, cujas assertivas não fogem, necessariamente, ao senso comum e à verificação de nossa consciência, o quadro se apresenta assim: existem comunicações entre os espíritos encarnados na Terra (que, nesse caso, poderiam ser chamados “terráqueos”) e espíritos “encarnados” num conjunto planetário, existente no outro lado do Sol.

Por razões que ainda não foram convenientemente explicadas, dá-se a esse conjunto o nome de Capela, que é a maior estrela da constelação do Cocheiro, de nossas cartas celestes. Pela nossa visão do problema, todos os espíritos encarnados na Terra vieram de Capela, e, algum dia, retornarão para aquele mundo.

Os Capelinos são físicos, embora não se possa afirmar que sejam da nossa natureza física. Sabemos, apenas, que sua forma é semelhante à nossa, ou melhor, nós nos assemelhamos a eles. Entre Capela e a Terra existem planos intermediários, que também poderiam ser chamados de “lugares” ou “etapas”, da trajetória dos espíritos que vêm ou que vão, nesse percurso entre dois pontos físicos.

Nesses pontos intermediários, os espíritos se revestem de corpos adequados às leis que regem esses planos. Dada à quase impossibilidade da descrição desses estados da matéria espiritual, nós os descrevemos, generalizadamente, de “corpos etéricos” ou “estado etérico”. Conclui-se, então, que os espíritos viajam, mas os seus corpos físicos não.

Para os espíritos se deslocarem, eles deixam seus corpos físicos e se revestem de corpos etéricos. Assim, todos os fenômenos de contatos extraterrestres seriam feitos “em etérico”, cuja organização molecular não é perceptível aos sentidos normais, razão pela qual eles são chamados de “extrasensoriais” ou “paranormais”.

O registro, no campo consciencional, das atividades etéricas, é feito de maneira diferente das atividades sensoriais; ele é feito e traduzido para a percepção e elaboração mental de acordo com os dados pré-existentes no banco de memória cerebral. Por este fato básico é que as coisas do Céu são concebidas de acordo com as coisas da Terra.

Portanto, não existe coisa mais terráquea do que os discos voadores que, comprovadamente, são vistos. Com isso, voltamos à proposição básica de que “o mundo não é como é e, sim, como nós o vemos”... Nessa tentativa de explicar o que é normalmente inexplicável, deve ser destacado um dado básico: existe um etérico terrestre, sujeito às leis do planeta, dentro dos seus círculos gravitacionais, e o extraetérico, ou seja, as camadas etéricas de Capela.

Aceitando-se o fato de ser Capela o nosso “Céu”, ou destino final, seu etérico seria o mundo espiritual, enquanto o etérico da Terra seria o mundo psicológico, ambos tendo, também, um mundo físico. Por essa razão é que muitos fenômenos considerados extraterrestres deveriam ser encarados, apenas, como extrafísicos.

Sabendo-se, como se sabe, das propriedades extraordinárias do ectoplasma, e tendo-se em conta a tendência natural para o antropomorfismo humano, será relativamente fácil de se presumir a existência de fenômenos extrasensoriais que passam por extraterrestres.

Nesse sentido, aqui fica a última posição do Vale do Amanhecer: Se os seres que se apresentam com suas naves forem apenas espíritos da Terra, isto é, espíritos desencarnados que habitam o etérico da Terra, eles são os construtores dessas naves e podem ser vistos e palpados, uma vez que são materiais ou materializados; se, porém, forem seres de Capela, eles serão vistos, apenas, pela visão etérica – também chamada de mediúnica – uma vez que essa é a maneira natural de se relacionarem conosco, maneira essa que não interfere com a Lei da Terra e respeita o livre arbítrio do Homem.

A confusão entre os dois fenômenos apenas existe porque o Homem conhece pouco de si mesmo e sua ciência ainda ser limitada pelo conceito bipolarizado de positivo e negativo, e não sabendo que esses dois polos se fundem num só, chamado espírito. Eventualmente, e mediante a manipulação de energias mais sutis que o ectoplasma, os Capelinos podem se manifestar fisicamente, como já o fizeram no passado remoto.


Esse dispêndio energético, entretanto, não é feito, pelo simples fato de que sua mensagem é transmitida pelo processo mediúnico, como foi dito acima, o qual não dispensa a participação voluntária do Homem, não interferindo, assim, no livre arbítrio. Pelo que nos diz Tia Neiva de seus transportes, as naves de Capela, no Vale do Amanhecer chamadas chalanas ou estufas, são bem diferentes, na forma e na constituição, dos chamados discos voadores.

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